segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sexualidade na Melhor Idade


"Sexo não tem idade, prevenção também não" é o slogan da mais recente campanha de prevenção contra Aids. Pesquisa revela que a taxa de incidência da doença dobrou entre pessoas acima de 50 anos e que menos de 20% dos brasileiros nesta faixa etária declaram usar preservativos nas suas relações sexuais.

Celebrado em primeiro de dezembro, o Dia Mundial da Luta Contra Aids foi instituído em 1987, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para difundir as estratégias adotadas de prevenção à doença e a solidariedade para com os portadores do vírus HIV. A síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) é uma epidemia causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).

A informação, a prevenção e o tratamento são as principais armas hoje existentes contra a doença. Ainda não existe uma vacina e nem uma previsão para o seu desenvolvimento eficaz. Também sobre a cura, nada ainda se pode afirmar com certeza científica.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007 a aids contaminou no mundo cinco milhões de pessoas, sendo 47% delas jovens, entre 15 e 24 anos. No Brasil estima-se que hoje 630 mil pessoas convivam com o vírus HIV. Mais de 30 mil pessoas recebem por aqui o diagnóstico positivo de aids a cada ano. Na média nacional, em todas as faixas etárias, são cerca de 1,5 vezes mais homens do que mulheres os que apresentam os novos diagnósticos positivo.

Os últimos dados do Boletim Epidemiológico, produzido pelo Programa Nacional da DST/Aids, mostram que vivemos no Brasil um quadro de estabilidade da doença. A quantidade de contaminados está estável, no nível de 0,5 a 0,6% da população. No mundo, de acordo com as informações divulgadas pela ONU, nos últimos oito anos o número anual de mortes causadas pela aids diminui apenas marginalmente. Em 2001, foram registrados 2,2 milhões de óbitos; em 2007, eles caíram para 2 milhões. Os novos casos da doença passaram de 3 milhões por ano em 2001, para 2,7 milhões em 2007.

A ONU alerta que para cada cinco novas pessoas contaminadas, a comunidade internacional consegue oferecer remédios apenas para duas. Nas palavras do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "as pessoas estão sendo contaminadas em um ritmo maior do que a nossa capacidade de oferecer tratamento".

Os números do Boletim Epidemiológico DST/Aids-2008, divulgados pelo Ministério da Saúde na última semana, revelaram que a taxa de incidência da doença dobrou entre pessoas acima de 50 anos. Entre 1996 e 2006, a incidência de aids em pessoas maiores de 50 anos mais que dobrou no País, passando de 7,5 para 15,7 casos por 100 mil habitantes. Nessa faixa etária, 70% dos contaminados são homens, desses 75% são casados. Menos de 20% dos brasileiros acima de 50 anos declaram usar preservativos nas suas relações sexuais.

Com o objetivo de atingir principalmente as pessoas com mais de 50 anos de idade o Ministério da Saúde, neste Dia Mundial da Luta Contra Aids lançou uma campanha de prevenção, com o tema: "Sexo não tem idade, prevenção também não". As chamadas desta campanha já invadiram as telas da TV aberta e são muito simpáticas, interpretadas por pessoas na "melhor idade", e dosadas de muito bom humor.

O Brasil, que tem sido pioneiro de iniciativas quando o assunto é aids, muito provavelmente será um dos primeiros países do mundo a tratar o tema da sexualidade e da doença na terceira idade.

Temas como: o preconceito, o uso obrigatório e na forma correta do preservativo, a contaminação de mulheres de meia-idade casadas (que já foram chamadas afetuosamente de "HIVelhas"!), o maior risco ao câncer que o envelhecimento acarreta aos portadores da doença, etc.. Por certo, são assuntos a serem abordados e aprofundados em uma campanha de esclarecimento voltada ao público da terceira idade.

Contra a aids não existe cura e nem vacina. Podemos lutar com informações atualizadas e prevenção para todos e tratamento aos contaminados. No Brasil, os índices da doença permanecem estáveis em parte graças ao bem-sucedido programa governamental de distribuição gratuita de medicamentos.

Segundo a ONU, nos últimos quatro anos o custo do programa brasileiro dobrou, e com a crise financeira internacional batendo a nossa porta, por certo o País vai enfrentar sérios desafios para continuar financiando o seu programa. Assim, prevenir será sempre melhor do que remediar. E, neste caso, a regra de ouro da prevenção é o uso permanente do preservativo. Agora, mais do que nunca, a sociedade deve pedir em coro: "Bota a camisinha nele!"

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