segunda-feira, 16 de novembro de 2009

RESPEITO AO IDOSO

Por Moisés Veloso

A vida de alguns idosos depende da visão que a família e as pessoas próximas têm sobre o envelhecimento. Na sociedade moderna a terceira idade deve estar associada com felicidade, experiência e sabedoria. Estas idéias devem ser disseminadas em todo o mundo. Mas para que haja mudança do comportamento de nossa sociedade quanto à terceira idade, devem inúmeras alterações.

O Governo deve melhorar as condições de atendimento médico ao idoso, ampliando-as e desenvolvendo uma política realista de previdência social. Os sistemas de assistência social e de cuidados com a saúde devem ser revistos com destaque para os recursos econômico-financeiros. O Médico deve ter conhecimento de todo o processo de envelhecimento e de suas relações com o meio, atuando ativamente em todos os setores envolvidos com o objetivo de fornecer dados e informar sobre novas conquistas.

O Idoso deve adotar um comportamento ativo, atuando individualmente ou em grupos, tornando claras suas reivindicações e fazendo pressão sobre a sociedade no sentido da valorização de sua situação.

A sociedade deve estar sensibilizada com seu processo de envelhecimento, que afinal não é próprio só de países ricos e sim um fenômeno universal. Ao criar planos e viabilizar políticas que cuidem da infância, da mulher, etc, a sociedade deve também destacar seus cuidados com a terceira idade.

A doença, a fragilidade, a inatividade, a dependência e a solidão são imagens que devem ser afastadas da terceira idade. A terceira idade deve ser considerada uma fase feliz da existência, um momento de transmissão de experiência e sabedoria e o envelhecimento deve ocorrer com dignidade. Para que tal ocorra toda sociedade deve participar ativamente.

Mundo terá 1,3 bilhão de idosos até 2040

A população mundial de idosos está crescendo como nunca se viu, e os velhos em breve serão pela primeira vez mais numerosos que as crianças pequenas, disseram pesquisadores dos EUA na segunda-feira.
O envelhecimento populacional deve pressionar os custos de previdência e saúde, obrigando a profundos aumentos nos gastos públicos, o que pode desacelerar o crescimento econômico tanto nos países ricos quanto nos pobres. Em meados de 2008, o número de pessoas com 65 anos ou mais atingiu 506 milhões de pessoas no mundo, segundo o Departamento do Censo dos EUA. A cifra deve mais do que dobrar até 2040, chegando a 1,3 bilhão de pessoas, ou 14% da população global estimada. "As pessoas com 65 anos ou mais em breve superarão em número as crianças com menos de 5 anos, pela primeira vez na história", disse o relatório elaborado por Kevin Kinsella e Wan He, do Departamento do Censo dos EUA.

"O envelhecimento está afetando todos os países em todas as partes do mundo", disse Richard Suzman, do Instituto Nacional do Envelhecimento, que encomendou o relatório. "Embora haja diferenças importantes entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, o envelhecimento global está mudando a natureza social e econômica do planeta e apresentando difíceis desafios."

O relatório concluiu que as pessoas com 80 anos ou mais são a parcela da população que mais cresce em diversos países. Globalmente, essa população de idosos deve crescer 233% entre 2008 e 2040. Isso pode sobrecarregar seus filhos e netos.

"A redução da proporção entre trabalhadores e pensionistas e (o fato de cada vez mais) pessoas passarem uma parte maior das suas vidas na aposentadoria representam uma taxação cada vez maior dos sistemas existentes de saúde e previdência", disse o relatório.

"Em poucos anos, logo após 2010, os números e as proporções de pessoas mais idosas (especialmente os mais idosos entre os idosos) vai começar a crescer rapidamente na maioria dos países desenvolvidos e em muitos países em desenvolvimento", acrescentou.

"O aumento é primariamente o resultado dos altos níveis de fertilidade depois da Segunda Guerra Mundial e, secundariamente, mas cada vez mais, o resultado da redução das taxas de mortalidade nas idades mais avançadas."

Doenças crônicas, como os problemas cardíacos e o câncer, continuam sendo os maiores responsáveis pela mortalidade, especialmente entre os mais velhos. Isso por sua vez significa enormes gastos nos sistemas de saúde.

E o fenômeno não se restringe ao mundo industrializado. "Até 2040, os países hoje em desenvolvimento devem se tornar o lar de mais de 1 bilhão de pessoas com 65 anos ou mais, ou 76% do total mundial projetado", diz o relatório.

A cada mês, 870 mil pessoas completam 65 anos. Dentro de 10 anos, 1,9 milhão atingirão essa idade a cada mês.

Se os países e empresas se programarem adequadamente, o envelhecimento populacional pode criar oportunidades de crescimento econômico, argumenta o estudo, que por outro lado cita um relatório de 2006 da Comissão Europeia segundo o qual os custos de previdência, saúde e cuidados de longo prazo provocarão aumentos nos gastos públicos e causarão uma redução nas taxas de crescimento do PIBs nacionais.

"E, na ausência de mudanças políticas, a taxa potencial de crescimento econômico da UE seria reduzida pela metade até 2030", alerta o relatório.

Maus tratos contra idosos

Aposto que muitos cuidadores e familiares estão se perguntando como alguém pode praticar atos que possam resultar em maus tratos para com os idosos. Infelizmente, maus tratos contra idosos podem ser mais comuns do que se possa imaginar.
E o que é mais dramático, os principais causadores dos maus tratos estão dentro de casa, nas instituições asilares ou hospitais. Maus tratos é todo ato, único ou repetitivo, ou até omissão velada, que pode acontecer com a pessoa idosa, onde ocorre dano ou incômodo.

Atualmente, uma das formas mais comuns é o abuso financeiro ao idoso. Explico: é exploração imprópria e ilegal ou uso não consentido de seus recursos financeiros. É o uso ilegal e indevido, apropriação indébita da propriedade e dos bens financeiros, falsificação de documentos jurídicos, negação do direito de acesso e controle dos bens, administração indevida do cartão do segurado do INSS. Um fato muito comum é o empréstimo por consignação que é descontado do benefício do INSS. Muitos avôs e avós são obrigados a fazer empréstimos vultosos, para seus netos e filhos, comprometendo bastante o orçamento familiar.

O abuso psicológico, a violência psicológica e a violência física são os retratos mais tristes e inaceitáveis de maus tratos contra idosos. O mais aterrador é que o principal agressor é, na maioria das vezes, um familiar. Mandar calar a boca, gritar e ameaçar são alguns dos exemplos de violência psicológica. Já a violência física pode ser expressada tanto pela agressão propriamente dita, como pelo abuso sexual ou pela violência do marido, também idoso.

O descuido (do verbo descuidar: deixar de cuidar) e a negligência também são formas de maltratar os idosos. É a falta ou o esquecimento em providenciar os cuidados vitais ao idoso dependente, tais como a alimentação, os medicamentos, a higiene, a moradia e a proteção econômica devida. Também envolve situações em que não se permita que outras pessoas providenciem os cuidados devidos aos idosos dependentes.

Onde podem ocorrer os maus tratos?

• Na casa do próprio idoso

• Na casa do cuidador

• Na comunidade em que reside

• Nas instituições de longa permanência

• Nos hospitais


Muitas vezes pode acontecer por um gesto impensado, mas também há casos de ações premeditadas de agressão ao idoso. Algumas outras causas, dentro de casa, que podem gerar os maus tratos:

• Relação desgastada na família

• Cansaço excessivo do cuidador

• Incapacidade do cuidador de oferecer cuidado adequado
Nas instituições de longa permanência, os maus tratos ocorrem quando há uma administração deficiente, com capacitação inadequada, supervisão de enfermagem deficiente, número insuficiente de pessoal e ILPI isolada, sem participar da associação de classe.

Para o familiar e cuidador, existem algumas dicas para ajudar a evitar que isto aconteça em sua casa:

• Em primeiro lugar, reconhecer que o idoso dependente também é cidadão e tem assegurados todos os seus direitos pelo Estatuto do Idoso.

• Entender que maus tratos existem!

• Aprender a buscar ajudar para melhorar o cuidado, dividindo-o com outras pessoas.

• Sempre refletir diariamente sobre seus atos ao cuidar do idoso dependente, procurando alguma falha que esteja ocorrendo, e que no futuro, possa evoluir para uma situação de maus tratos.

• Denunciar maus tratos, seja em casa ou na comunidade.

• Procurar as redes de apoio existentes em sua cidade ou estado, como conselhos municipais de idosos, ouvidoria do município, delegacia ou promotoria.

Sexualidade na Melhor Idade


"Sexo não tem idade, prevenção também não" é o slogan da mais recente campanha de prevenção contra Aids. Pesquisa revela que a taxa de incidência da doença dobrou entre pessoas acima de 50 anos e que menos de 20% dos brasileiros nesta faixa etária declaram usar preservativos nas suas relações sexuais.

Celebrado em primeiro de dezembro, o Dia Mundial da Luta Contra Aids foi instituído em 1987, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para difundir as estratégias adotadas de prevenção à doença e a solidariedade para com os portadores do vírus HIV. A síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) é uma epidemia causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).

A informação, a prevenção e o tratamento são as principais armas hoje existentes contra a doença. Ainda não existe uma vacina e nem uma previsão para o seu desenvolvimento eficaz. Também sobre a cura, nada ainda se pode afirmar com certeza científica.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007 a aids contaminou no mundo cinco milhões de pessoas, sendo 47% delas jovens, entre 15 e 24 anos. No Brasil estima-se que hoje 630 mil pessoas convivam com o vírus HIV. Mais de 30 mil pessoas recebem por aqui o diagnóstico positivo de aids a cada ano. Na média nacional, em todas as faixas etárias, são cerca de 1,5 vezes mais homens do que mulheres os que apresentam os novos diagnósticos positivo.

Os últimos dados do Boletim Epidemiológico, produzido pelo Programa Nacional da DST/Aids, mostram que vivemos no Brasil um quadro de estabilidade da doença. A quantidade de contaminados está estável, no nível de 0,5 a 0,6% da população. No mundo, de acordo com as informações divulgadas pela ONU, nos últimos oito anos o número anual de mortes causadas pela aids diminui apenas marginalmente. Em 2001, foram registrados 2,2 milhões de óbitos; em 2007, eles caíram para 2 milhões. Os novos casos da doença passaram de 3 milhões por ano em 2001, para 2,7 milhões em 2007.

A ONU alerta que para cada cinco novas pessoas contaminadas, a comunidade internacional consegue oferecer remédios apenas para duas. Nas palavras do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "as pessoas estão sendo contaminadas em um ritmo maior do que a nossa capacidade de oferecer tratamento".

Os números do Boletim Epidemiológico DST/Aids-2008, divulgados pelo Ministério da Saúde na última semana, revelaram que a taxa de incidência da doença dobrou entre pessoas acima de 50 anos. Entre 1996 e 2006, a incidência de aids em pessoas maiores de 50 anos mais que dobrou no País, passando de 7,5 para 15,7 casos por 100 mil habitantes. Nessa faixa etária, 70% dos contaminados são homens, desses 75% são casados. Menos de 20% dos brasileiros acima de 50 anos declaram usar preservativos nas suas relações sexuais.

Com o objetivo de atingir principalmente as pessoas com mais de 50 anos de idade o Ministério da Saúde, neste Dia Mundial da Luta Contra Aids lançou uma campanha de prevenção, com o tema: "Sexo não tem idade, prevenção também não". As chamadas desta campanha já invadiram as telas da TV aberta e são muito simpáticas, interpretadas por pessoas na "melhor idade", e dosadas de muito bom humor.

O Brasil, que tem sido pioneiro de iniciativas quando o assunto é aids, muito provavelmente será um dos primeiros países do mundo a tratar o tema da sexualidade e da doença na terceira idade.

Temas como: o preconceito, o uso obrigatório e na forma correta do preservativo, a contaminação de mulheres de meia-idade casadas (que já foram chamadas afetuosamente de "HIVelhas"!), o maior risco ao câncer que o envelhecimento acarreta aos portadores da doença, etc.. Por certo, são assuntos a serem abordados e aprofundados em uma campanha de esclarecimento voltada ao público da terceira idade.

Contra a aids não existe cura e nem vacina. Podemos lutar com informações atualizadas e prevenção para todos e tratamento aos contaminados. No Brasil, os índices da doença permanecem estáveis em parte graças ao bem-sucedido programa governamental de distribuição gratuita de medicamentos.

Segundo a ONU, nos últimos quatro anos o custo do programa brasileiro dobrou, e com a crise financeira internacional batendo a nossa porta, por certo o País vai enfrentar sérios desafios para continuar financiando o seu programa. Assim, prevenir será sempre melhor do que remediar. E, neste caso, a regra de ouro da prevenção é o uso permanente do preservativo. Agora, mais do que nunca, a sociedade deve pedir em coro: "Bota a camisinha nele!"

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Nova legislação garante prioridade para idosos em processos judiciais

Em vigor desde o dia 30 de junho deste ano, a Lei n° 12.008/09 garante direito prioritário a procedimentos administrativos e judiciais aos idosos (pessoas com idade a partir de 60 anos) e portadores de doenças graves ou de deficiência física ou mental.

A nova lei serviu para adequar o Código de Processo Civil (CPC) ao Estatuto do Idoso, de novembro de 2003. Na Bahia, 9,93% da população já chegou aos 60 anos e pode cobrar por seus direitos.

Também foram contempladas as pessoas com deficiência física ou mental ou portadora de doenças graves, como tuberculose ativa, cardiopatia grave, Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, Aids ou outras doenças graves, com base em conclusão da medicina especializada.

Além disto, processos envolvendo vítimas de acidentes de trabalho também são beneficiadas pela nova lei. A defensora pública especialista em atendimentos aos idosos, Gisele Aguiar, admite e elogia os avanços quanto ao Estatuto do Idoso, mas acha que eles ainda são modestos.

Ela destaca, como positivo, o Artigo 1.211-C, que concede o direito à prioridade, após a morte do beneficiado, ao companheiro legal. O texto determina que “concedida à prioridade, essa não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, em união estável”. No Estatuto do Idoso, havia a exigência do cônjuge ter 60 anos ou mais para manutenção da prioridade.

Integrante do Conselho Estadual do Idoso, Gilson Costa concorda com Gisele Aguiar e ressalta a importância de divulgação do estatuto e da nova lei. “É fundamental que a sociedade conheça seus direitos para pressionar os órgãos competentes e conseguir ser atendida dentro do que dita a legislação”, salientou.

Gisele Aguiar lamenta que tenham sido vetados alguns artigos que, segundo ela, iriam melhorar o atendimento. São os casos dos incisos 2 e 3 do Artigo 1.211-B. Eles determinavam que, nas instâncias de recurso, o julgamento teria que ser finalizado no prazo de um mês. O veto foi dos ministérios da Saúde, do Trabalho e Emprego, e da Justiça.

Confira o texto da Lei N° 12.008, de 29 de Julho de 2009, na íntegra

Melhor idade está cada vez mais digital

O acesso à internet entre brasileiros com mais de 65 anos de idade, em casa e no trabalho, foi o que mais cresceu no mês de julho, entre todas as faixas etárias com dois anos de idade ou mais, destaca o relatório mais recente do Ibope Nielsen Online.

Na comparação com junho, o número de internautas com 65 anos ou mais cresceu 23,1% em julho - mais do que o dobro do crescimento de 10% no total de internautas ativos no Brasil. Em julho, o grupo representou 1,3% dos 36,4 milhões de internautas ativos em casa ou no trabalho, ou 473.200 pessoas.

Mensagens instantâneas, buscadores, comunidades (redes sociais), portais e e-mail são as categorias mais acessadas por estes internautas, destaca José Calazans, analista de mídia do Ibope.

Considerando somente o acesso residencial, a participação da faixa etária com idade a partir de 65 anos cresceu 67% em um ano e representou, em julho, 1,9% do total de internautas ativos - alta de 27,2% em relação a junho deste ano.

A participação de internautas com idade entre 50 e 64 anos também cresceu acima da média geral, em julho - 12,6% na comparação com o mês anterior. Em casa e no trabalho, o grupo representa 11,7% dos internautas brasileiros, ou mais de 4,2 milhões de pessoas - mesma participação verificada contando comente o acesso residencial -, segundo o Ibope.

Para ajudar a entender um pouco esse crescimento, em maio, a Digital Unite, organização dedicada à inclusão digital da terceira idade, publicou um artigo sobre Por que a internet é importante para as pessoas idosas?. Possibilidade de se comunicar com parentes distantes, economia e acesso 24 horas a informações sobre saúde, são alguns dos motivos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Depressão na Melhor Idade

A depressão é um problema de saúde pública e sua prevalência aumenta na velhiçe.
Desafortunadamente, também é neste período que os sintomas depressivos mais comumente passam despercebidos e são mascarados por outros problemas que afetam os idosos.

O envelhecimento pode ser conceituado como um processo dinâmico e progressivo, no qual há alterações morfológicas, funcionais, e bioquímicas que vão alterando progressivamente o organismo, tornando-o mais suscetível às agressões intrínsecas e extrínsecas. O envelhecimento é um processo irreversível, que se inscreve no tempo entre o nascimento e a morte do indivíduo. Neste sentido, é durante a vida inteira que envelhecemos.Portanto, o envelhecimento, enquanto processo, concerne a todos, em qualquer idade. Isto é, não é só o velho que envelhece.

No processo do envelhecimento é possível observar mudanças no desempenho cognitivo. As capacidades cognitivas tendem a declinar mais lentamente e em menor grau do que as capacidades físicas, não sendo necessário acarretar algum prejuízo na vida deste idoso.
Entre as funções cognitivas que se observa mais alteração encontra-se a memória, a inteligência, a atenção, a concentração. A memória é a função que mais sofre prejuízo, mesmo não tendo associação com alguma demência ou outras patologias associadas.

Não há duvida que de com o avançar da idade vão ocorrendo alterações estruturais e funcionais, que embora variem de um indivíduo a outro, são encontradas em todos os idosos e são próprias do processo de envelhecimento normal. Não é sempre fácil estabelecer os limites entre senescência (Processo natural de envelhecimento ao nível celular ou o conjunto de fenômenos associados a este processo) e senilidade (é uma doença, também conhecida como demência, onde o idoso (às vezes acomete adultos jovens) perde a capacidade de memorizar, prestar atenção, não consegue mais se orientar, fala sem nexo, vai limitando sua vida ao leito, e chega a perder o controle de urinar e defecar.
Só 5% dos velhos padecem de senilidade), ou seja, entre modificações peculiares do envelhecimento e as decorrentes de processos mórbidos mais comuns em idosos. Isto se deve, por um lado, à grande variabilidade de comportamento individual perante a idade e, de outro, ao fato de as pessoas da terceira idade amiúde não se apresentarem com quadros floridos, isto é, com as manifestações clássicas observáveis em indivíduos jovens. Com o avanço dos anos, deparamo-nos com uma série de perdas significativas: o surgimento das doenças crônicas deteriorando a saúde, a viuvez, morte de amigos e parentes próximos, ausência de papéis sociais valorizados, isolamento crescente, dificuldades decorrentes da aposentadoria.
Todas estas perdas e dificuldades que acompanham o processo de envelhecimento podem gerar sofrimento intenso para o idoso. Esse sofrimento pode resultar no aparecimento de quadros depressivos e sintomas somáticos.
A sintomatologia somática pode ser o sinal mais comum de um distúrbio afetivo em pessoas idosas. Os distúrbios do sono, em especial, parecem ser um dos primeiros sinais da depressão. Outros sinais “vegetativos” podem incluir a fadiga, a perda da libido e alterações do peso. As queixas gastrintestinais, especialmente a constipação, são também comuns. As preocupações somáticas, por exemplo, várias queixas vagas de desconforto físico ou dor podem não estar relacionadas a causas físicas. Este excesso de preocupação com o corpo pode explicar por que as pessoas idosas depressivas são freqüentemente vistas inicialmente por médicos não psiquiatras, fornecendo tratamento primário não especializado.
Nos idosos, os distúrbios psíquicos de maior incidência são as síndromes depressivas e demenciais. Todo o ser humano em qualquer fase de sua vida pode experimentar sintomas depressivos.

Geralmente a depressão é subestimada tanto pelos profissionais da saúde e familiares, quanto pelo próprio paciente. A depressão da velhice está associada com uma perda da auto-estima, que resulta da incapacidade do idoso de satisfazer necessidades ou impulsos ou de defender-se contra ameaças à sua segurança. Em se tratando da sociedade, existem idéias sedimentadas de que a depressão no idoso pode ser decorrente do próprio processo de envelhecimento. A importância de seu reconhecimento é que ao estabelecer a terapia indicada, devolvemos ao indivíduo à capacidade de amar, pensar, interagir e cuidar de pessoas, trabalhar, sentir-se gratificado e assumir responsabilidades.

Considerar o processo de envelhecimento como um processo de desenvolvimento, que exige aprendizagem, adaptação, participação e, eventualmente, ajuda, é encarar a vida de forma construtiva, fazendo face aos problemas que vão surgindo, preservando e promovendo a autonomia possível, não somando apenas as perdas e as dimensões de capacidades físicas ou intelectuais, mas dinamizando ao máximo os aspectos positivos.
Partindo da concepção de que uma vida com mais qualidade incorpora um estilo de vida mais ativo, mais do que nunca se busca mudar os fatores que prejudicam a saúde através de um estilo de vida mais saudável. É o estilo de vida adotado que vai contribuir para um envelhecimento bem sucedido. O envelhecimento saudável pode ser resultante de fatores físicos, psíquicos, sociais, espirituais e de trabalho entre outros, que exigem estar atento a diferentes possibilidades de tomada de decisão que possam ajudar a promover o auto cuidado, a auto-estima e a relação com os outros. Costumam conservar melhor as funções físicas aquelas pessoas que tenham feito trabalho físico ou praticando esportes. Da mesma maneira, os indivíduos que tenham realizado trabalho intelectual tendem a manter mais suas funções mentais. Ou seja, a atividade física e psíquica é de vital importância, na hora de valorizar o estado em que se chega a uma idade avançada.

A velhice não é um problema em si mesmo, o medo de envelhecer, isto sim, faz da velhice um problema. Este medo de envelhecer é uma forma de ansiedade que persegue cada vez mais um número maior de pessoas em nossa sociedade, criando uma grave repercussão para a saúde. É impossível anular as mudanças físicas fundamentais da velhice, mas muita coisa pode ser feita para preparar as condições de vida de pessoas idosas, de modo que tenham um envelhecimento bem sucedido. Além do receio de tanta senilidade e decrepitude, as pessoas não aceitam o envelhecimento devido, também, a falta de uma razão de ser da velhice, falta de um sentido para a sua existência, por não encontrarem um papel para si mesmo na sociedade. Uma forte razão para esta recusa pode ser a imagem negativa e pejorativa associada ao velho/velhice. Velho é traste, ônus, inutilidade; velhice é doença, incapacidade, dependência. Velho é a pessoa que atrapalha alguém que perdeu o direito à dignidade, à sobrevivência, à cidadania.

O crescimento proporcional do número de idosos e o novo desenho epidemiológico observado na população brasileira estão sendo acompanhados pelo aumento das demandas por ações específicas destinadas a esse segmento populacional. Neste contexto estão inseridos diversos profissionais que se dedicam ao estudo e à atenção aos idosos, sendo esta equipe interprofissional uma condição imprescindível na atenção gerontológica. O terapeuta ocupacional é um dos profissionais da saúde que compõe esta equipe.

De um modo geral, é função do Terapeuta Ocupacional restabelecer as perdas físicas, mentais e sociais, que causam desajuste no idoso. Quando se pensa em atendimento ao idoso, os elementos independência, saúde, segurança e integração social ocupam lugar de destaque, uma vez que estes sofrem modificações significativas.

Na atuação com o idoso, o terapeuta ocupacional age como um facilitador que capacita o mesmo a fazer o melhor uso possível das capacidades remanescentes, a tomar suas próprias decisões e lhe assegurar uma conscientização de alternativas realísticas.

Através do estímulo ao autoconhecimento e ao auto-cuidado, gerando uma melhoria na auto-estima, o idoso tem condições de lidar com seus potenciais e a partir daí construir uma maneira própria de se relacionar com o meio social, atuando nele mais autonomamente. Basicamente, procura-se que o idoso tenha um desempenho mais independente possível, enfatizando as áreas de auto-cuidado, do trabalho remunerado ou não, do lazer, da manutenção de seus direitos e papéis sociais.