segunda-feira, 16 de novembro de 2009

RESPEITO AO IDOSO

Por Moisés Veloso

A vida de alguns idosos depende da visão que a família e as pessoas próximas têm sobre o envelhecimento. Na sociedade moderna a terceira idade deve estar associada com felicidade, experiência e sabedoria. Estas idéias devem ser disseminadas em todo o mundo. Mas para que haja mudança do comportamento de nossa sociedade quanto à terceira idade, devem inúmeras alterações.

O Governo deve melhorar as condições de atendimento médico ao idoso, ampliando-as e desenvolvendo uma política realista de previdência social. Os sistemas de assistência social e de cuidados com a saúde devem ser revistos com destaque para os recursos econômico-financeiros. O Médico deve ter conhecimento de todo o processo de envelhecimento e de suas relações com o meio, atuando ativamente em todos os setores envolvidos com o objetivo de fornecer dados e informar sobre novas conquistas.

O Idoso deve adotar um comportamento ativo, atuando individualmente ou em grupos, tornando claras suas reivindicações e fazendo pressão sobre a sociedade no sentido da valorização de sua situação.

A sociedade deve estar sensibilizada com seu processo de envelhecimento, que afinal não é próprio só de países ricos e sim um fenômeno universal. Ao criar planos e viabilizar políticas que cuidem da infância, da mulher, etc, a sociedade deve também destacar seus cuidados com a terceira idade.

A doença, a fragilidade, a inatividade, a dependência e a solidão são imagens que devem ser afastadas da terceira idade. A terceira idade deve ser considerada uma fase feliz da existência, um momento de transmissão de experiência e sabedoria e o envelhecimento deve ocorrer com dignidade. Para que tal ocorra toda sociedade deve participar ativamente.

Mundo terá 1,3 bilhão de idosos até 2040

A população mundial de idosos está crescendo como nunca se viu, e os velhos em breve serão pela primeira vez mais numerosos que as crianças pequenas, disseram pesquisadores dos EUA na segunda-feira.
O envelhecimento populacional deve pressionar os custos de previdência e saúde, obrigando a profundos aumentos nos gastos públicos, o que pode desacelerar o crescimento econômico tanto nos países ricos quanto nos pobres. Em meados de 2008, o número de pessoas com 65 anos ou mais atingiu 506 milhões de pessoas no mundo, segundo o Departamento do Censo dos EUA. A cifra deve mais do que dobrar até 2040, chegando a 1,3 bilhão de pessoas, ou 14% da população global estimada. "As pessoas com 65 anos ou mais em breve superarão em número as crianças com menos de 5 anos, pela primeira vez na história", disse o relatório elaborado por Kevin Kinsella e Wan He, do Departamento do Censo dos EUA.

"O envelhecimento está afetando todos os países em todas as partes do mundo", disse Richard Suzman, do Instituto Nacional do Envelhecimento, que encomendou o relatório. "Embora haja diferenças importantes entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, o envelhecimento global está mudando a natureza social e econômica do planeta e apresentando difíceis desafios."

O relatório concluiu que as pessoas com 80 anos ou mais são a parcela da população que mais cresce em diversos países. Globalmente, essa população de idosos deve crescer 233% entre 2008 e 2040. Isso pode sobrecarregar seus filhos e netos.

"A redução da proporção entre trabalhadores e pensionistas e (o fato de cada vez mais) pessoas passarem uma parte maior das suas vidas na aposentadoria representam uma taxação cada vez maior dos sistemas existentes de saúde e previdência", disse o relatório.

"Em poucos anos, logo após 2010, os números e as proporções de pessoas mais idosas (especialmente os mais idosos entre os idosos) vai começar a crescer rapidamente na maioria dos países desenvolvidos e em muitos países em desenvolvimento", acrescentou.

"O aumento é primariamente o resultado dos altos níveis de fertilidade depois da Segunda Guerra Mundial e, secundariamente, mas cada vez mais, o resultado da redução das taxas de mortalidade nas idades mais avançadas."

Doenças crônicas, como os problemas cardíacos e o câncer, continuam sendo os maiores responsáveis pela mortalidade, especialmente entre os mais velhos. Isso por sua vez significa enormes gastos nos sistemas de saúde.

E o fenômeno não se restringe ao mundo industrializado. "Até 2040, os países hoje em desenvolvimento devem se tornar o lar de mais de 1 bilhão de pessoas com 65 anos ou mais, ou 76% do total mundial projetado", diz o relatório.

A cada mês, 870 mil pessoas completam 65 anos. Dentro de 10 anos, 1,9 milhão atingirão essa idade a cada mês.

Se os países e empresas se programarem adequadamente, o envelhecimento populacional pode criar oportunidades de crescimento econômico, argumenta o estudo, que por outro lado cita um relatório de 2006 da Comissão Europeia segundo o qual os custos de previdência, saúde e cuidados de longo prazo provocarão aumentos nos gastos públicos e causarão uma redução nas taxas de crescimento do PIBs nacionais.

"E, na ausência de mudanças políticas, a taxa potencial de crescimento econômico da UE seria reduzida pela metade até 2030", alerta o relatório.

Maus tratos contra idosos

Aposto que muitos cuidadores e familiares estão se perguntando como alguém pode praticar atos que possam resultar em maus tratos para com os idosos. Infelizmente, maus tratos contra idosos podem ser mais comuns do que se possa imaginar.
E o que é mais dramático, os principais causadores dos maus tratos estão dentro de casa, nas instituições asilares ou hospitais. Maus tratos é todo ato, único ou repetitivo, ou até omissão velada, que pode acontecer com a pessoa idosa, onde ocorre dano ou incômodo.

Atualmente, uma das formas mais comuns é o abuso financeiro ao idoso. Explico: é exploração imprópria e ilegal ou uso não consentido de seus recursos financeiros. É o uso ilegal e indevido, apropriação indébita da propriedade e dos bens financeiros, falsificação de documentos jurídicos, negação do direito de acesso e controle dos bens, administração indevida do cartão do segurado do INSS. Um fato muito comum é o empréstimo por consignação que é descontado do benefício do INSS. Muitos avôs e avós são obrigados a fazer empréstimos vultosos, para seus netos e filhos, comprometendo bastante o orçamento familiar.

O abuso psicológico, a violência psicológica e a violência física são os retratos mais tristes e inaceitáveis de maus tratos contra idosos. O mais aterrador é que o principal agressor é, na maioria das vezes, um familiar. Mandar calar a boca, gritar e ameaçar são alguns dos exemplos de violência psicológica. Já a violência física pode ser expressada tanto pela agressão propriamente dita, como pelo abuso sexual ou pela violência do marido, também idoso.

O descuido (do verbo descuidar: deixar de cuidar) e a negligência também são formas de maltratar os idosos. É a falta ou o esquecimento em providenciar os cuidados vitais ao idoso dependente, tais como a alimentação, os medicamentos, a higiene, a moradia e a proteção econômica devida. Também envolve situações em que não se permita que outras pessoas providenciem os cuidados devidos aos idosos dependentes.

Onde podem ocorrer os maus tratos?

• Na casa do próprio idoso

• Na casa do cuidador

• Na comunidade em que reside

• Nas instituições de longa permanência

• Nos hospitais


Muitas vezes pode acontecer por um gesto impensado, mas também há casos de ações premeditadas de agressão ao idoso. Algumas outras causas, dentro de casa, que podem gerar os maus tratos:

• Relação desgastada na família

• Cansaço excessivo do cuidador

• Incapacidade do cuidador de oferecer cuidado adequado
Nas instituições de longa permanência, os maus tratos ocorrem quando há uma administração deficiente, com capacitação inadequada, supervisão de enfermagem deficiente, número insuficiente de pessoal e ILPI isolada, sem participar da associação de classe.

Para o familiar e cuidador, existem algumas dicas para ajudar a evitar que isto aconteça em sua casa:

• Em primeiro lugar, reconhecer que o idoso dependente também é cidadão e tem assegurados todos os seus direitos pelo Estatuto do Idoso.

• Entender que maus tratos existem!

• Aprender a buscar ajudar para melhorar o cuidado, dividindo-o com outras pessoas.

• Sempre refletir diariamente sobre seus atos ao cuidar do idoso dependente, procurando alguma falha que esteja ocorrendo, e que no futuro, possa evoluir para uma situação de maus tratos.

• Denunciar maus tratos, seja em casa ou na comunidade.

• Procurar as redes de apoio existentes em sua cidade ou estado, como conselhos municipais de idosos, ouvidoria do município, delegacia ou promotoria.

Sexualidade na Melhor Idade


"Sexo não tem idade, prevenção também não" é o slogan da mais recente campanha de prevenção contra Aids. Pesquisa revela que a taxa de incidência da doença dobrou entre pessoas acima de 50 anos e que menos de 20% dos brasileiros nesta faixa etária declaram usar preservativos nas suas relações sexuais.

Celebrado em primeiro de dezembro, o Dia Mundial da Luta Contra Aids foi instituído em 1987, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para difundir as estratégias adotadas de prevenção à doença e a solidariedade para com os portadores do vírus HIV. A síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) é uma epidemia causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).

A informação, a prevenção e o tratamento são as principais armas hoje existentes contra a doença. Ainda não existe uma vacina e nem uma previsão para o seu desenvolvimento eficaz. Também sobre a cura, nada ainda se pode afirmar com certeza científica.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007 a aids contaminou no mundo cinco milhões de pessoas, sendo 47% delas jovens, entre 15 e 24 anos. No Brasil estima-se que hoje 630 mil pessoas convivam com o vírus HIV. Mais de 30 mil pessoas recebem por aqui o diagnóstico positivo de aids a cada ano. Na média nacional, em todas as faixas etárias, são cerca de 1,5 vezes mais homens do que mulheres os que apresentam os novos diagnósticos positivo.

Os últimos dados do Boletim Epidemiológico, produzido pelo Programa Nacional da DST/Aids, mostram que vivemos no Brasil um quadro de estabilidade da doença. A quantidade de contaminados está estável, no nível de 0,5 a 0,6% da população. No mundo, de acordo com as informações divulgadas pela ONU, nos últimos oito anos o número anual de mortes causadas pela aids diminui apenas marginalmente. Em 2001, foram registrados 2,2 milhões de óbitos; em 2007, eles caíram para 2 milhões. Os novos casos da doença passaram de 3 milhões por ano em 2001, para 2,7 milhões em 2007.

A ONU alerta que para cada cinco novas pessoas contaminadas, a comunidade internacional consegue oferecer remédios apenas para duas. Nas palavras do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "as pessoas estão sendo contaminadas em um ritmo maior do que a nossa capacidade de oferecer tratamento".

Os números do Boletim Epidemiológico DST/Aids-2008, divulgados pelo Ministério da Saúde na última semana, revelaram que a taxa de incidência da doença dobrou entre pessoas acima de 50 anos. Entre 1996 e 2006, a incidência de aids em pessoas maiores de 50 anos mais que dobrou no País, passando de 7,5 para 15,7 casos por 100 mil habitantes. Nessa faixa etária, 70% dos contaminados são homens, desses 75% são casados. Menos de 20% dos brasileiros acima de 50 anos declaram usar preservativos nas suas relações sexuais.

Com o objetivo de atingir principalmente as pessoas com mais de 50 anos de idade o Ministério da Saúde, neste Dia Mundial da Luta Contra Aids lançou uma campanha de prevenção, com o tema: "Sexo não tem idade, prevenção também não". As chamadas desta campanha já invadiram as telas da TV aberta e são muito simpáticas, interpretadas por pessoas na "melhor idade", e dosadas de muito bom humor.

O Brasil, que tem sido pioneiro de iniciativas quando o assunto é aids, muito provavelmente será um dos primeiros países do mundo a tratar o tema da sexualidade e da doença na terceira idade.

Temas como: o preconceito, o uso obrigatório e na forma correta do preservativo, a contaminação de mulheres de meia-idade casadas (que já foram chamadas afetuosamente de "HIVelhas"!), o maior risco ao câncer que o envelhecimento acarreta aos portadores da doença, etc.. Por certo, são assuntos a serem abordados e aprofundados em uma campanha de esclarecimento voltada ao público da terceira idade.

Contra a aids não existe cura e nem vacina. Podemos lutar com informações atualizadas e prevenção para todos e tratamento aos contaminados. No Brasil, os índices da doença permanecem estáveis em parte graças ao bem-sucedido programa governamental de distribuição gratuita de medicamentos.

Segundo a ONU, nos últimos quatro anos o custo do programa brasileiro dobrou, e com a crise financeira internacional batendo a nossa porta, por certo o País vai enfrentar sérios desafios para continuar financiando o seu programa. Assim, prevenir será sempre melhor do que remediar. E, neste caso, a regra de ouro da prevenção é o uso permanente do preservativo. Agora, mais do que nunca, a sociedade deve pedir em coro: "Bota a camisinha nele!"

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Nova legislação garante prioridade para idosos em processos judiciais

Em vigor desde o dia 30 de junho deste ano, a Lei n° 12.008/09 garante direito prioritário a procedimentos administrativos e judiciais aos idosos (pessoas com idade a partir de 60 anos) e portadores de doenças graves ou de deficiência física ou mental.

A nova lei serviu para adequar o Código de Processo Civil (CPC) ao Estatuto do Idoso, de novembro de 2003. Na Bahia, 9,93% da população já chegou aos 60 anos e pode cobrar por seus direitos.

Também foram contempladas as pessoas com deficiência física ou mental ou portadora de doenças graves, como tuberculose ativa, cardiopatia grave, Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, Aids ou outras doenças graves, com base em conclusão da medicina especializada.

Além disto, processos envolvendo vítimas de acidentes de trabalho também são beneficiadas pela nova lei. A defensora pública especialista em atendimentos aos idosos, Gisele Aguiar, admite e elogia os avanços quanto ao Estatuto do Idoso, mas acha que eles ainda são modestos.

Ela destaca, como positivo, o Artigo 1.211-C, que concede o direito à prioridade, após a morte do beneficiado, ao companheiro legal. O texto determina que “concedida à prioridade, essa não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, em união estável”. No Estatuto do Idoso, havia a exigência do cônjuge ter 60 anos ou mais para manutenção da prioridade.

Integrante do Conselho Estadual do Idoso, Gilson Costa concorda com Gisele Aguiar e ressalta a importância de divulgação do estatuto e da nova lei. “É fundamental que a sociedade conheça seus direitos para pressionar os órgãos competentes e conseguir ser atendida dentro do que dita a legislação”, salientou.

Gisele Aguiar lamenta que tenham sido vetados alguns artigos que, segundo ela, iriam melhorar o atendimento. São os casos dos incisos 2 e 3 do Artigo 1.211-B. Eles determinavam que, nas instâncias de recurso, o julgamento teria que ser finalizado no prazo de um mês. O veto foi dos ministérios da Saúde, do Trabalho e Emprego, e da Justiça.

Confira o texto da Lei N° 12.008, de 29 de Julho de 2009, na íntegra

Melhor idade está cada vez mais digital

O acesso à internet entre brasileiros com mais de 65 anos de idade, em casa e no trabalho, foi o que mais cresceu no mês de julho, entre todas as faixas etárias com dois anos de idade ou mais, destaca o relatório mais recente do Ibope Nielsen Online.

Na comparação com junho, o número de internautas com 65 anos ou mais cresceu 23,1% em julho - mais do que o dobro do crescimento de 10% no total de internautas ativos no Brasil. Em julho, o grupo representou 1,3% dos 36,4 milhões de internautas ativos em casa ou no trabalho, ou 473.200 pessoas.

Mensagens instantâneas, buscadores, comunidades (redes sociais), portais e e-mail são as categorias mais acessadas por estes internautas, destaca José Calazans, analista de mídia do Ibope.

Considerando somente o acesso residencial, a participação da faixa etária com idade a partir de 65 anos cresceu 67% em um ano e representou, em julho, 1,9% do total de internautas ativos - alta de 27,2% em relação a junho deste ano.

A participação de internautas com idade entre 50 e 64 anos também cresceu acima da média geral, em julho - 12,6% na comparação com o mês anterior. Em casa e no trabalho, o grupo representa 11,7% dos internautas brasileiros, ou mais de 4,2 milhões de pessoas - mesma participação verificada contando comente o acesso residencial -, segundo o Ibope.

Para ajudar a entender um pouco esse crescimento, em maio, a Digital Unite, organização dedicada à inclusão digital da terceira idade, publicou um artigo sobre Por que a internet é importante para as pessoas idosas?. Possibilidade de se comunicar com parentes distantes, economia e acesso 24 horas a informações sobre saúde, são alguns dos motivos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Depressão na Melhor Idade

A depressão é um problema de saúde pública e sua prevalência aumenta na velhiçe.
Desafortunadamente, também é neste período que os sintomas depressivos mais comumente passam despercebidos e são mascarados por outros problemas que afetam os idosos.

O envelhecimento pode ser conceituado como um processo dinâmico e progressivo, no qual há alterações morfológicas, funcionais, e bioquímicas que vão alterando progressivamente o organismo, tornando-o mais suscetível às agressões intrínsecas e extrínsecas. O envelhecimento é um processo irreversível, que se inscreve no tempo entre o nascimento e a morte do indivíduo. Neste sentido, é durante a vida inteira que envelhecemos.Portanto, o envelhecimento, enquanto processo, concerne a todos, em qualquer idade. Isto é, não é só o velho que envelhece.

No processo do envelhecimento é possível observar mudanças no desempenho cognitivo. As capacidades cognitivas tendem a declinar mais lentamente e em menor grau do que as capacidades físicas, não sendo necessário acarretar algum prejuízo na vida deste idoso.
Entre as funções cognitivas que se observa mais alteração encontra-se a memória, a inteligência, a atenção, a concentração. A memória é a função que mais sofre prejuízo, mesmo não tendo associação com alguma demência ou outras patologias associadas.

Não há duvida que de com o avançar da idade vão ocorrendo alterações estruturais e funcionais, que embora variem de um indivíduo a outro, são encontradas em todos os idosos e são próprias do processo de envelhecimento normal. Não é sempre fácil estabelecer os limites entre senescência (Processo natural de envelhecimento ao nível celular ou o conjunto de fenômenos associados a este processo) e senilidade (é uma doença, também conhecida como demência, onde o idoso (às vezes acomete adultos jovens) perde a capacidade de memorizar, prestar atenção, não consegue mais se orientar, fala sem nexo, vai limitando sua vida ao leito, e chega a perder o controle de urinar e defecar.
Só 5% dos velhos padecem de senilidade), ou seja, entre modificações peculiares do envelhecimento e as decorrentes de processos mórbidos mais comuns em idosos. Isto se deve, por um lado, à grande variabilidade de comportamento individual perante a idade e, de outro, ao fato de as pessoas da terceira idade amiúde não se apresentarem com quadros floridos, isto é, com as manifestações clássicas observáveis em indivíduos jovens. Com o avanço dos anos, deparamo-nos com uma série de perdas significativas: o surgimento das doenças crônicas deteriorando a saúde, a viuvez, morte de amigos e parentes próximos, ausência de papéis sociais valorizados, isolamento crescente, dificuldades decorrentes da aposentadoria.
Todas estas perdas e dificuldades que acompanham o processo de envelhecimento podem gerar sofrimento intenso para o idoso. Esse sofrimento pode resultar no aparecimento de quadros depressivos e sintomas somáticos.
A sintomatologia somática pode ser o sinal mais comum de um distúrbio afetivo em pessoas idosas. Os distúrbios do sono, em especial, parecem ser um dos primeiros sinais da depressão. Outros sinais “vegetativos” podem incluir a fadiga, a perda da libido e alterações do peso. As queixas gastrintestinais, especialmente a constipação, são também comuns. As preocupações somáticas, por exemplo, várias queixas vagas de desconforto físico ou dor podem não estar relacionadas a causas físicas. Este excesso de preocupação com o corpo pode explicar por que as pessoas idosas depressivas são freqüentemente vistas inicialmente por médicos não psiquiatras, fornecendo tratamento primário não especializado.
Nos idosos, os distúrbios psíquicos de maior incidência são as síndromes depressivas e demenciais. Todo o ser humano em qualquer fase de sua vida pode experimentar sintomas depressivos.

Geralmente a depressão é subestimada tanto pelos profissionais da saúde e familiares, quanto pelo próprio paciente. A depressão da velhice está associada com uma perda da auto-estima, que resulta da incapacidade do idoso de satisfazer necessidades ou impulsos ou de defender-se contra ameaças à sua segurança. Em se tratando da sociedade, existem idéias sedimentadas de que a depressão no idoso pode ser decorrente do próprio processo de envelhecimento. A importância de seu reconhecimento é que ao estabelecer a terapia indicada, devolvemos ao indivíduo à capacidade de amar, pensar, interagir e cuidar de pessoas, trabalhar, sentir-se gratificado e assumir responsabilidades.

Considerar o processo de envelhecimento como um processo de desenvolvimento, que exige aprendizagem, adaptação, participação e, eventualmente, ajuda, é encarar a vida de forma construtiva, fazendo face aos problemas que vão surgindo, preservando e promovendo a autonomia possível, não somando apenas as perdas e as dimensões de capacidades físicas ou intelectuais, mas dinamizando ao máximo os aspectos positivos.
Partindo da concepção de que uma vida com mais qualidade incorpora um estilo de vida mais ativo, mais do que nunca se busca mudar os fatores que prejudicam a saúde através de um estilo de vida mais saudável. É o estilo de vida adotado que vai contribuir para um envelhecimento bem sucedido. O envelhecimento saudável pode ser resultante de fatores físicos, psíquicos, sociais, espirituais e de trabalho entre outros, que exigem estar atento a diferentes possibilidades de tomada de decisão que possam ajudar a promover o auto cuidado, a auto-estima e a relação com os outros. Costumam conservar melhor as funções físicas aquelas pessoas que tenham feito trabalho físico ou praticando esportes. Da mesma maneira, os indivíduos que tenham realizado trabalho intelectual tendem a manter mais suas funções mentais. Ou seja, a atividade física e psíquica é de vital importância, na hora de valorizar o estado em que se chega a uma idade avançada.

A velhice não é um problema em si mesmo, o medo de envelhecer, isto sim, faz da velhice um problema. Este medo de envelhecer é uma forma de ansiedade que persegue cada vez mais um número maior de pessoas em nossa sociedade, criando uma grave repercussão para a saúde. É impossível anular as mudanças físicas fundamentais da velhice, mas muita coisa pode ser feita para preparar as condições de vida de pessoas idosas, de modo que tenham um envelhecimento bem sucedido. Além do receio de tanta senilidade e decrepitude, as pessoas não aceitam o envelhecimento devido, também, a falta de uma razão de ser da velhice, falta de um sentido para a sua existência, por não encontrarem um papel para si mesmo na sociedade. Uma forte razão para esta recusa pode ser a imagem negativa e pejorativa associada ao velho/velhice. Velho é traste, ônus, inutilidade; velhice é doença, incapacidade, dependência. Velho é a pessoa que atrapalha alguém que perdeu o direito à dignidade, à sobrevivência, à cidadania.

O crescimento proporcional do número de idosos e o novo desenho epidemiológico observado na população brasileira estão sendo acompanhados pelo aumento das demandas por ações específicas destinadas a esse segmento populacional. Neste contexto estão inseridos diversos profissionais que se dedicam ao estudo e à atenção aos idosos, sendo esta equipe interprofissional uma condição imprescindível na atenção gerontológica. O terapeuta ocupacional é um dos profissionais da saúde que compõe esta equipe.

De um modo geral, é função do Terapeuta Ocupacional restabelecer as perdas físicas, mentais e sociais, que causam desajuste no idoso. Quando se pensa em atendimento ao idoso, os elementos independência, saúde, segurança e integração social ocupam lugar de destaque, uma vez que estes sofrem modificações significativas.

Na atuação com o idoso, o terapeuta ocupacional age como um facilitador que capacita o mesmo a fazer o melhor uso possível das capacidades remanescentes, a tomar suas próprias decisões e lhe assegurar uma conscientização de alternativas realísticas.

Através do estímulo ao autoconhecimento e ao auto-cuidado, gerando uma melhoria na auto-estima, o idoso tem condições de lidar com seus potenciais e a partir daí construir uma maneira própria de se relacionar com o meio social, atuando nele mais autonomamente. Basicamente, procura-se que o idoso tenha um desempenho mais independente possível, enfatizando as áreas de auto-cuidado, do trabalho remunerado ou não, do lazer, da manutenção de seus direitos e papéis sociais.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Pessoas ficam mais felizes quando envelhecem, diz estudo

Pesquisa concluiu que idosos aproveitam melhor o tempo e evitam stress.
A maioria das pessoas fica mais feliz quando vai ficando mais velha, segundo um estudo americano que analisou o comportamento de idosos com mais de 90 anos de idade. Apesar de preocupações com saúde, dinheiro, mudanças de classe social e a perda de pessoas próximas, os psicólogos acreditam que a velhice é uma fase boa da vida, já que os idosos tendem a aproveitar ao máximo o tempo que resta e sabem como evitar situações que os fariam sentir tristeza ou stress.
O estudo pediu que voluntários com idades entre 18 e 95 anos participassem de experimentos e mantivessem um diário sobre seu estado emocional. A pesquisadora Laura Cartensen, da Universidade de Stanford, descobriu que as pessoas mais jovens ficavam de mau humor com maior frequência e por mais tempo que as mais velhas.
Além disso, os mais idosos lidaram melhor com críticas pessoais e conseguiram controlar e equilibrar melhor suas emoções.
"Com base neste trabalho, sabemos que as pessoas mais velhas sabem que o tempo delas está cada vez mais curto. Elas querem aproveitar ao máximo, então evitam situações que os farão infelizes", explica a psicóloga Susan Turk Charles, especialista no assunto.
"Elas também tiveram mais tempo para aprender e compreender as intenções dos outros, o que os ajuda a evitar essas situações de stress."
'Experiência positiva'
O chefe de políticas públicas da organização britânica Age Concern, Andrew Harrop, disse que o estudo traz boas notícias.
"Para muitas pessoas, a velhice representa medo e preocupação. Muitos jovens assumem que envelhecer é um processo que inevitavelmente vai trazer doença, fragilidade, menos independência. No entanto, isso está longe da verdade em muitos casos", diz ele.
"Muitos idosos levam vidas ativas e saudáveis, enriquecidas pela experiência e o aprendizado."
Para Harrop, a pesquisa mostra que os mais velhos ainda têm contribuições importantes a fazer para a sociedade.
"O estudo é um de muitos que provam que a velhice pode ser uma experiência extremamente positiva." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC

Aposentados terão o 13º antecipado a partir do dia 25 de agosto

A partir do dia 25, cerca de 23,2 milhões de aposentados e pensionistas do país começarão a receber a antecipação da primeira parcela do 13° salário.
O anúncio foi feito pelo ministro da Previdência Social, José Pimentel, depois do decreto assinado pelo presidente Lula.O pagamento será feito junto com a folha do mês de agosto, depositado entre os cinco últimos dias úteis deste mês e os cinco primeiros dias úteis do mês de setembro.
O presidente da Casa do Aposentado da Bahia (Asaprev), Gilson Costa de Oliveira, 81 anos, comemora mais um ano do adiantamento do benefício. “O 13° salário é uma conquista e esse dinheiro ajuda a cobrir a nossa defasagem salarial, equilibra o orçamento”, afirmou.
Esta será a quarta vez que os beneficiários da Previdência recebem a parcela da gratificação antecipada. O acordo firmado entre o governo e as entidades representativas de aposentados e pensionistas prevê que a antecipação do 13° será mantida até 2010, último ano do governo do presidente Lula.

No ano passado, o 13º foi pago a 22,1 milhões de beneficiários e representou um acréscimo de R$ 7.087 bilhões na folha do INSS. De acordo com o Ministério da Previdência Social, a maioria dos segurados receberá 50% do valor do beneficio.

A exceção é para quem passou a receber depois de janeiro. Nesse caso, o valor será calculado proporcionalmente. Os segurados que estão em auxílio-doença também recebem uma parcela menor que os 50%.
Como o benefício é temporário, o INSS calcula a antecipação proporcional ao período. Por exemplo, um benefício iniciado em janeiro e ainda em vigor em agosto terá o 13º terceiro salário calculado sobre oito meses.

O segurado receberá, portanto, metade deste valor. Em dezembro, caso ainda esteja afastado, o segurado irá receber o restante. Se tiver alta antes, o valor será calculado até o mês em que o benefício vigorar e acrescido ao último pagamento do benefício.

Por lei, não têm direito ao 13º salário os seguintes benefícios: amparo previdenciário do trabalhador rural, renda mensal vitalícia, amparo assistencial ao idoso e ao deficiente, auxílio suplementar por acidente de trabalho, pensão mensal vitalícia, abono de permanência em serviço, vantagem do servidor aposentado pela autarquia empregadora e salário- família.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Artigo de Wilson Meiler (Psicanalista e Palestrante Motivacional)

Envelhecimento e Auto-estima

Em tempos idos, em alguns países da Europa Oriental, havia um costume onde a partir de uma determinada idade os filhos adultos levavam os pais para um lugar longe de casa e os abandonavam à sua própria sorte para esperar a morte. A razão que originou tal costume era que os pais, já idosos e doentes, seriam um estorvo para os jovens que tinham de lutar por sua sobrevivência. Um dia, um filho chegou junto ao pai e levou-o embora. Ao chegarem ao lugar em que deveria ser abandonado, o pai abriu sua arca de madeira carcomida pelo tempo, e de lá tirou um bastão de ferro e um manto de lã de carneiro e os entregou ao filho. Estranhando os inusitados presentes, o filho perguntou ao pai do que se tratava, ao que o pai respondeu: “o bastão é para quando tu fores velho como eu e teu filho vier te trazer para ficares abandonado, tu o uses para manter afastados os animais que virão te acossar. E o manto, para que não sofras tanto frio até a hora da tua morte”. O filho, ao refletir sobre a situação, tomou o pai pelo braço e conduziu-o de volta para morrer em casa.

Em nossa sociedade, tenho observado duas situações interessantes que fazem com que não sejamos muito diferentes da sociedade daqueles países distantes. A primeira situação é aquela em que alguns jovens se mantêm ligados aos pais, casados ou solteiros, até uma idade bastante madura, usufruindo de sua ajuda financeira, moradia e outros confortos que não conseguiram criar para si mesmos, submetendo os pais em muitos casos a um esforço adicional e sacrifícios fora de época e lugar. Alguns filhos permanecem confortavelmente nessa situação até que os pais morram e eles continuem desfrutando dos bens que os pais conseguiram construir e deixar. A outra situação é aquela em que os jovens se casam, saem de casa e vão lutar pela sobrevivência, voltando sua atenção inteiramente para si e suas novas famílias. Sem tempo para oferecer aos seus velhos uma maior atenção, em determinado ponto eles são encaminhados para um asilo ou hotel de idosos e lá permanecem esquecidos esperando a morte, muitas vezes anos a fio. Os avanços da medicina e a mudança de paradigmas e estilos de vida em nossa sociedade estão aumentando o tempo de vida útil da humanidade de maneira drástica. Um avô de 55 anos dos anos 50, aquela figura idosa com bigode branco, de pijama e chinelos sentado numa cadeira de balanço ouvindo rádio, transformou-se num galã de cabelos nem sempre grisalhos, quem sabe já enfrentou uma plástica facial, e seja praticante de um esporte radical, ou costume freqüentar aquela discoteca do momento.

Sabemos que o envelhecimento é inevitável, pois começamos a envelhecer a partir do momento em que nascemos. Como ninguém aprecia ver que o tempo está passando não só para os outros mas também para si, e o espelho em dado momento começa a mostrar coisas que não gostamos de ver, a sociedade foi criando expressões com mecanismos que burlem psicologicamente esse processo, tais como: “terceira idade”, “melhor idade”, “maior idade”, não importa a expressão, o que se busca é amenizar os efeitos do tempo sobre nossa mente. O ponto a ser enfatizado é: não importa se estamos envelhecendo, nem mais cedo, nem mais tarde. O conceito de “terceira idade”, que se aplicava aos 50 anos, agora já passou a ser aplicado após os 60. Com certeza, dentro de mais alguns anos será aplicado após os 70 e a vida média se estenderá aos 100 anos. Peter Drucker um dos maiores consultores de administração continua ativo após os 90 anos, em plena produção mental, com o dobro da experiência de um consultor de 40 anos. Lasar Segal, aos 90 anos praticava o violoncelo de 4 a 6 horas por dia apenas para – em suas palavras - “sentir que estaria apresentando melhores concertos”. Como esses, Mandella, Roberto Marinho já falecido, e tantos outros nomes que continuaram ou continuam ativos muito tempo depois de terem entrado na “terceira idade”, são prova viva de que muita gente nunca se permitirá ser classificada ou engessada num conceito por causa da idade cronológica, pois a idade que temos é aquela que nos damos, ou a idade que sentimos que temos e que, como a auto-estima, está em cada um de nós.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O que é Geriatria e Gerontologia?

Velhice é um termo impreciso, e sua realidade difícil de perceber. Quando uma pessoa se torna mais velha? Aos 50, 60, 65 ou 70 anos? Nada flutua mais do que os limites da velhice em termos de sua complexidade fisiológica, psicológica e social. Uma pessoa é tão velha quanto suas artérias, seu cérebro e seu coração, sua moral ou sua situação civil? Ou é a maneira pela qual as outras pessoas passam a encarar certas características que as classificam como pessoas velhas?

Conquanto seja difícil delinear conceitos universalmente aceitáveis, o envelhecimento é caracterizado pela falência na manutenção homeostase (equilíbrio interno) sob condições de estresse fisiológico, falência esta que é associada com a diminuição da viabilidade e o aumento da vulnerabilidade do indivíduo.

Alguns fatos biológicos do envelhecimento são universais e atinge a todos: deteriorativo, diminuindo a função de células, órgãos e organismo, e isto é irreversível. Aqui cabe a Geriatria enquanto especialidade médica tratar de doenças de idosos e doentes idosos, preocupando-se em prolongar a vida com saúde.

As repercussões sociais decorrentes do envelhecimento foram historicamente reconhecidas em países desenvolvidos, onde o crescimento da população idosa ocorreu predominantemente no século passado. Há contudo um fenômeno global que se observa apartir dos anos 80, quando mais da metade das pessoas que atingem a idade de 60 anos vive em países de terceiro mundo, e até 2025, prevê-se que três quatros da população idosa no mundo estarão vivendo em países menos desenvolvidos.

Isto envolve o Brasil, em meio a transição epidemiológica ou demográfica, que caracteriza-se pelo rápido crescimento do percentual de idosos na população, justificado pela queda da fecundidade, controle parcial das doenças evitáveis, redução da mortalidade, sobretudo infantil.

O envelhecer em si, como fenômeno de natureza biopsicossocial complexa, repercute fundo no íntimo de cada um de nós interagindo com nossas estruturas e processos interiores. O envelhecimento psicológico usualmente as marcas da pessoa, calçadas ao longo da vida. Reconhecê-los é algo estritamente necessário para adequada compreensão da pessoa que envelhece.

A Gerontologia é uma ciência que estuda o processo do envelhecimento. Cuida da personalidade e da conduta dos idosos, levando em conta todos os aspectos ambientais e culturais de envelhcer. È uma ciência médico-social.
Em linhas gerais, a Gerontologia trata dos processos do envelhecimento, enquanto a Geriatria se limita ao estudo das doenças da velhice e de seu tratamento.
Torna-se evidente a necessidade de propiciar uma ampla discussão sobre o envelhecimento, enquanto fenômeno, processo e fase da vida.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Estatuto do Idoso

O Estatuto do idoso, de iniciativa do Projeto de lei nº 3.561 de 1997, foi fruto da organização e mobilização dos aposentados, pensionistas e idosos vinculados à Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (COBAP), resultado de uma grande conquista para a população idosa e para a sociedade. Foi instituída na Câmara Federal, no ano de 2000, uma comissão especial para tratar das questões relacionadas ao Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas, considerando-se a idade cronológica igual ou superior a 60 anos e de dispor de seus direitos fundamentais e de cidadania, bem como a assistência judiciária. Além de preocupar-se com a execução dos direitos pelas entidades de atendimento que o promovem, também voltar-se para sua vigilância e de defesa, por meio de instituições públicas. Essa política vem sendo implementada no Brasil de maneira gradativa: o aumento acelerado da população idosa torna cada vez mais fundamental, a união de esforços para a prática de políticas públicas voltadas a este segmento populacional, assim como a conscientização dos seus direitos e espaços a serem conquistados.
Com esse objetivo de assegurar os direitos da pessoa idosa, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República realiza um trabalho essencial na divulgação do Estatuto e na implementação de suas ações em parceria com os Estados e Municípios.
O Estatuto do Idoso vem implementar a participação de parcela significativa do povo brasileiro (os idosos), por intermédio de entidades representativas, os conselhos, que, por sua vez, seguindo a Lei nº 8842, de 4 de janeiro de 1994, têm por objetivo deliberar sobre políticas públicas, controlar ações de atendimento, além de zelar pelo cumprimento dos direitos do idoso, de acordo com o novo Estatuto (art.7o).
De acordo com o deputado Silas Brasileiro, o projeto de lei justifica-se pela condição de fragilidade do idoso em relação às demais pessoas, apontando a proteção à velhice como um direito.
O deputado relata que as entidades de atendimento ao idoso podem ser classificas como aquelas que executam atividades lucrativas e atividades filantrópicas (que podem incluir gratuidade parcial ou total de serviços). Contudo, suas obrigações são idênticas frente à questão do atendimento das necessidades do idoso, enquanto direito fundamental.
O Estatuto do Idoso, como o Estatuto da Criança e do Adolescente, é mais um instrumento para a realização da cidadania.
O idoso possui direito à liberdade, à dignidade, à integridade, à educação, à saúde, a um meio ambiente de qualidade, entre outros direitos fundamentais (individuais, sociais, difusos e coletivos), cabendo ao Estado, à Sociedade e à família a responsabilidade pela proteção e garantia desses direitos.
Pode-se afirmar que o cerne do Estatuto está nas normas gerais que referem sobre a ‘proteção integral’; a natureza e essência encontram-se no artigo 2º, quando estabelece a sucessão de direitos do idoso e visualiza sua condição como ser constituído de corpo, mente e espírito – já prevê a preservação de seu bem-estar físico, mental e espiritual – e identifica a existência de instrumentos que assegurem seu bem-estar, o qual na lei seria:
“Art. 2o - O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde, em condições de liberdade e dignidade.”
O grande desafio para este milênio é construir uma consciência coletiva de forma a que tenhamos “uma sociedade para todas as idades”, com justiça e garantia plena de direitos.

Política Nacional do Idoso

Tem como objetivo assegurar os direitos sociais do idoso,para assim promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.
No artigo 3º, estabelece: ·A família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo a sua dignidade, bem-estar e direito à vida; ·O idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas por meio desta política; ·O idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza. A regulamentação da Política Nacional do Idoso foi publicada no dia 3 de junho de 1996, por meio do decreto 1.948, explicitando a forma de implementação dos avanços previstos na lei 8.842/94 e estabelecendo as competências dos órgãos e das entidades públicas envolvidas no processo.

Objetivo

O Estatuto do Idoso tem como objetivo promover a inclusão social e garantir os direitos desses cidadãos uma vez que essa parcela da população brasileira se encontra desprotegida, apesar de as estatísticas indicarem a importância de políticas públicas devido ao grande número de pessoas com mais de 60 anos no Brasil. Segundo Anita Neri o Estatuto do Idoso (Lei 10.741) foi sancionado pelo presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, em 1 de outubro de 2003, porém publicada no Diário Oficial da União em Três (3) de Outubro de 2003 e garantindo e ampliando os direitos dos brasileiros com mais de 60 (sessenta) anos.
Mais abrangente que a Política Nacional do Idoso, considera os mais velhos como prioridade absoluta e institui penas aplicáveis a quem desrespeitar ou abandonar cidadãos idosos. Entre outras coisas, além do direito de prioridade, garante:
A distribuição gratuita de próteses, órteses e medicamentos;
Que os planos de saúde não possam reajustar as mensalidades pelo critério de idade;
O direito ao transporte coletivo público gratuito e reservas de 10% dos assentos;
Nos transportes coletivos estaduais, a reserva de duas vagas gratuitas para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos;
No Art. 40 (quarenta), inciso II ( segundo) diz: idoso terá desconto de 50% , no mínimo, no valor das passagens, para aqueles que excederem as vagas gratuitas destinadas a estes, tendo renda inferior a dois salários mínimos; portanto cabendo aos orgãos competentes destinados a definir os mecanismos e critérios para exercício do inciso 2 (dois).
Que nenhum idoso seja objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão;
Prioridade na tramitação dos processos, procedimentos e execução dos atos e diligências judiciais;
50% de descontos em atividades de cultura, esporte e lazer;
Reserva de 3% de unidades residências nos programas habitacionais públicos;
A cargo dos Conselhos Nacional, Estadual e municipais do idoso e do Ministério Público, a fiscalização e controle da aplicação do Estatuto.

Estatuto do Idoso

Após sete anos tramitando no Congresso, o Estatuto do Idoso foi aprovado em setembro de 2003 e sancionado pelo presidente da República no mês seguinte, ampliando os direitos dos cidadãos com idade acima de 60 anos. Mais abrangente que a Política Nacional do Idoso, lei de 1994 que dava garantias à terceira idade, o estatuto institui penas severas para quem desrespeitar ou abandonar cidadãos da terceira idade. Veja os principais pontos do estatuto:

Saúde

Atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS).
A distribuição de remédios aos idosos, principalmente os de uso continuado (hipertensão, diabetes etc.), deve ser gratuita, assim como a de próteses e órteses.
Os planos de saúde não podem reajustar as mensalidades de acordo com o critério da idade.
O idoso internado ou em observação em qualquer unidade de saúde tem direito a acompanhante, pelo tempo determinado pelo profissional de saúde que o atende.

Transportes Coletivos

Os maiores de 65 anos têm direito ao transporte coletivo público gratuito. Antes do estatuto, apenas algumas cidades garantiam esse benefício aos idosos. A carteira de identidade é o comprovante exigido.
Nos veículos de transporte coletivo é obrigatória a reserva de 10% dos assentos para os idosos, com aviso legível.
Nos transportes coletivos interestaduais, o estatuto garante a reserva de duas vagas gratuitas em cada veículo para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos. Se o número de idosos exceder o previsto, eles devem ter 50% de desconto no valor da passagem, considerando-se sua renda.

Violência e Abandono

Nenhum idoso poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão.
Quem discriminar o idoso, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte ou a qualquer outro meio de exercer sua cidadania pode ser condenado e a pena varia de seis meses a um ano de reclusão, além de multa.
Famílias que abandonem o idoso em hospitais e casas de saúde, sem dar respaldo para suas necessidades básicas, podem ser condenadas a penas de seis meses a três anos de detenção e multa.
Para os casos de idosos submetidos a condições desumanas, privados da alimentação e de cuidados indispensáveis, a pena para os responsáveis é de dois meses a um ano de prisão, além de multa. Se houver a morte do idoso, a punição será de 4 a 12 anos de reclusão.
Qualquer pessoa que se aproprie ou desvie bens, cartão magnético (de conta bancária ou de crédito), pensão ou qualquer rendimento do idoso é passível de condenação, com pena que varia de um a quatro anos de prisão, além de multa.

Entidades de Atendimento ao Idoso

O dirigente de instituição de atendimento ao idoso responde civil e criminalmente pelos atos praticados contra o idoso.
A fiscalização dessas instituições fica a cargo do Conselho Municipal do Idoso de cada cidade, da Vigilância Sanitária e do Ministério Público.
A punição em caso de mau atendimento aos idosos vai de advertência e multa até a interdição da unidade e a proibição do atendimento aos idosos.

Lazer, Cultura e Esporte

Todo idoso tem direito a 50% de desconto em atividades de cultura, esporte e lazer.

Trabalho

É proibida a discriminação por idade e a fixação de limite máximo de idade na contratação de empregados, sendo passível de punição quem o fizer.
O primeiro critério de desempate em concurso público é o da idade, com preferência para os concorrentes com idade mais avançada.

Habitação

É obrigatória a reserva de 3% das unidades residenciais para os idosos nos programas habitacionais públicos ou subsidiados por recursos públicos.

Alimentos funcionais na terceira idade

A diferença entre nutrir e alimentar é muito grande, comer nem sempre significa nutrir-se, o alimento na maioria das vezes é agente de prazer, parte importante de socialização, confraternização e formação cultural. Houve um tempo que só o fato do ser humano obter o alimento já poderia ser considerado um fato de grande importância. Ainda é assim para alguns povos da Ásia e da África. Porém, com o desenvolvimento de novas técnicas de plantio, e a universalização do acesso do cidadão aos alimentos, o diferencial hoje não é quanto comer, mas o que comer dando ênfase maior e absoluta a qualidade, procedência, forma de cultivo, sem agrotóxicos, como os orgânicos, além do preparo, e não a quantidade que deve até ser o mais restrita possível.
Uma nova supervalorização do alimento tem a ver não só com a demanda mas também com a qualidade da demanda. Na terceira idade há necessidade de inclusão de alimentos que além de nutrir tragam agregado, algum valor protetor que melhorem ou tragam benefícios a sua saúde. O primeiro e melhor alimento funcional que utilizamos em nossa vida é o leite materno. Funcional, pois traz proteção imunológica modulando defesas, e levando a um desenvolvimento absolutamente normal.
O conhecimento de novos e diferentes sabores levam a uma perversão de hábitos e gostos, por exemplo, a criança quando nasce não sabe o sabor do muito doce ou do muito salgado, quem o cria é que coloca em seu alimento mais ou menos contrastes, além do desnecessário acréscimo de massas e gorduras. Durante um período o organismo tolera as agressões provocadas por dietas inadequadas e tenta neutralizá-las. Porém é na terceira idade que todas as faturas são cobradas. Todas as transgressões têm efeito cumulativo promovem depósitos vasculares e estimulam doenças metabólicas crônicas como hipertensão, diabetes, aumento nas taxas de triglicerídeos colesterol, ácido úrico entre outras. Para se conseguir um melhor equilíbrio orgânico, utiliza-se os alimentos funcionais que são aqueles que além de alimentar, nutrem e exercem alguma função de proteção ou até coadjuvam terapias para seu usuário.

Alimentos funcionais mais citados hoje em dia são:

Alho, na prevenção do câncer, anti-hipertensão, anticolesterolêmico entre outros.

Amêndoas, avelãs, nozes, castanhas, sobretudo a do Pará, são ricas em fibras e antioxidantes que possuem óleos ricos em vitamina E e selênio.

Aveia, fonte de fibras, tem vitamina E, cálcio, ferro, magnésio e zinco, reduz o ritmo da digestão, evitando picos absortivos dos açucares, beneficiando os diabéticos, reduz o LDL colesterol, e pode ter ação preventiva para tumores de intestino, mamas, e próstata.

Azeite extra-virgem, pilar da dieta do Mediterrâneo, pela presença de ácidos graxos de cadeia longa, age aumentando o bom colesterol, HDL.

Chocolate amargo pela presença de antioxidantes naturais como polifenóis, e flavanóides que auxiliam no controle da pressão arterial, redução do LDL colesterol, o mau, aumenta o HDL colesterol, e ajuda na regeneração da derme, fazendo bem a pele.

Chá verde rico em flavanóides e polifenóis, que são os primeiros e mais ativos antioxidantes. Tem muita cafeína aumenta o gasto energético e auxilia nas dietas de redução de peso, evita a oxidação das gorduras. Age na hipertensão e dislipidemia e no sistema imunológico.

Frutas cítricas grapefruit, lima, limão, laranja e blueberry são fontes importantes de Vitamina C, folatos, e fibras, atuam no sistema imunológico, obesidade e colesterol alto.

Iogurte com probióticos, possuem bactérias do bem, que competem com as patogênicas que proliferam no intestino, evitam diarréias e constipação, fortalece o sistema imunológico, prevenindo alergias.

Peixe e óleo de peixe fontes de ácidos graxos auxiliares na hipertensão, doenças cardiovascu lares, arteriosclerose, desordens inflamatórias, e diversos tipo de cânceres.

Repolho, couve flor e brócolis estudos tentam associar a proteção a alguns tipos de câncer, como de mama.

Soja talvez atue na prevenção de doenças cardiovasculares, câncer, osteoporose, e no alívio de sintomas da menopausa, além de ajudar na redução do colesterol.

Tomate, rico em carotenóides que são poderosos antioxidantes. Agem neutralizando os radicais livres e estimulam o sistema imunológico.

Uvas e vinhos as cascas das uvas vermelho-roxas escuras são ricas em compostos chamados de resveratróis, de onde vem as leucoantocianidinas, capazes de reduzir o LDL-colesterol (ruim), reduzindo o risco de doenças cardiovasculares.

Portanto, os alimentos funcionais podem ajudar a melhorar a saúde quando inclusos em dieta equilibrada, prazerosa onde se incluam frutas, vegetais, legumes e grãos agroecológicos. Devemos ter em mente ainda que nada substitui o bom senso e o prazer alimentar, comer como se estivesse se medicando, reduz o gosto e a textura dos alimentos, devemos incluir os alimentos funcionais na alimentação regular do idoso de forma gradativa, preservando os hábitos aceitáveis, e modificando os inaceitáveis, levando sempre em conta a adesão do geronte. Escolher quando possível os alimentos mais palatáveis, para facilitar, e não tornar uma sentença alimentar. Bom apetite!

Benefícios dos exercícios físicos para melhor idade

Pense em fazer dos exercícios físicos parte da sua rotina durante um mês. Se você for capaz de aumentar sua atividade física por 30 dias, é um bom sinal que está a caminho de tornar os exercícios físicos um hábito regular para toda a vida. A noção de que exercícios físicos trazem benefícios existe há bastante tempo, porém até recentemente os idosos não eram incluídos. Hoje em dia novas informações de estudos nos dizem que pessoas de todas as idades e condicionamento físico conseguem benefícios através dos exercícios físicos.
Estudos científicos mostram que ficar fisicamente ativo e praticar exercício físico regularmente pode ajudar a prevenir ou postergar muitas doenças e problemas de saúde. Cientistas descobriram que até exercícios físicos moderados podem melhorar a saúde de pessoas que são frágeis ou que têm doenças que acompanham o envelhecimento.

Você está muito idoso para exercícios físicos?

Exercícios físicos estão entre as coisas mais saudáveis que você pode fazer a si mesmo, porém alguns idosos são relutantes em praticá-los. Alguns têm medo que exercícios físicos sejam muito extenuantes ou que possam prejudicá-los. Estudos mostram que exercícios físicos são seguros para todas as faixas etárias e que idosos prejudicam mais sua saúde ao não praticá-los.

Benefícios dos exercícios físicos

Um estilo de vida sedentário pode fazer com que os idosos tenham perdas em quatro áreas importantes para sua saúde e independência: força, equilíbrio, flexibilidade e resistência. Pesquisas sugerem que exercícios físicos podem ajudar idosos a manter ou restaurar parcialmente essas quatro áreas.
Envelhecer não significa que a pessoas deva perder a habilidade de fazer tarefas diárias. Exercícios físicos ajudam idosos a sentirem-se melhores e aproveitar mais a vida, até para aqueles que se acham muito velhos ou fora de forma. Melhorar a força e resistência torna mais fácil subir escadas e carregar coisas. A melhoria no equilíbrio ajuda a prevenir quedas. Ficar mais flexível pode acelerar a recuperação de lesões. Se você fizer dos exercícios físicos parte das sua rotina diária, eles terão impacto positivo nas sua qualidade de vida à medida que envelhece.
Segurança em primeiro lugar

Em geral, homens acima dos 40 anos e mulheres acima dos 50 devem consultar um médico antes de começar a praticas exercícios físicos. Quatro tipos de exercícios são importantes para os idosos manterem-se saudáveis e independentes: força, equilíbrio, flexibilidade e resistência. É fundamental que o idoso procure orientação de um profissional de educação física qualificado que passará a combinação de exercícios físicos adequada às suas necessidades e características.